
10 de nov. de 2025
por Rafaela Varella, Diretora criativa da HAPU
a geração z é multitela, multifoco e multiformato e, ao mesmo tempo, tem uma das menores janelas de atenção da história. estudos recentes mostram que o tempo médio de concentração dessa geração gira em torno de 8 segundos, quatro a menos que os millennials.
mas isso não quer dizer que a gen z não presta atenção. quer dizer que ela decide rápido o que vale a pena assistir, ouvir ou consumir. crescer em meio a notificações e scroll infinito ensinou essa geração a filtrar estímulos em milissegundos. cada frame, palavra e microgesto precisa justificar por que merece mais alguns segundos.
atenção virou moeda rara
a disputa pela atenção da gen z não é sobre tempo, é sobre relevância imediata.
essa geração consome vídeos longos, podcasts de duas horas e até threads extensas, desde que o começo capture de verdade. o problema nunca foi a duração, mas a falta de gancho. os primeiros segundos funcionam como um contrato invisível: vale a pena continuar aqui?
quando a resposta é “sim”, a atenção se transforma em engajamento. quando é “mais do mesmo”, o scroll é automático.
quem entendeu o jogo
marcas que dominam o código dos 8 segundos transformaram o início do conteúdo em arte. o duolingo, por exemplo, fez da sua coruja uma persona no tiktok que entrega humor afiado em menos de dez segundos e conquistou milhões de visualizações orgânicas.
o serasa fez algo parecido: pegou um tema complexo e pouco atrativo, como score de crédito, e o transformou em meme. usa trends, ironia e linguagem nativa pra falar de finanças como quem conta fofoca. o segredo? timing certeiro e contexto cultural.
essas marcas não só conquistam atenção, elas criam familiaridade. e é essa sensação de “entendo você” que faz a gen z permanecer.
o valor está no primeiro frame
capturar a atenção da geração z é, na prática, entender que cada segundo comunica. o algoritmo não pune quem demora, ele premia quem entrega valor rápido. conteúdo bom começa com uma pergunta instigante, um corte inteligente, um insight visual.
marcas que entendem esse ritmo criam mensagens que não só prendem atenção, mas constroem presença cultural. porque, no fim, não se trata de disputar tempo de tela, e sim de conquistar tempo de memória.
na hapu, ajudamos marcas a traduzir códigos culturais em conteúdo que captura — não pela pressa, mas pela relevância. afinal, se você precisa de mais de 8 segundos pra explicar por que sua marca importa, talvez o problema não seja o público, e sim o seu gancho.



