por que o retorno ao analógico virou resposta emocional ao cansaço digital e o que isso significa para marcas que querem acompanhar o comportamento jovem

como nostalgia, fandom e métricas de desejo coletivo transformaram trailers em eventos culturais e em termômetros de relevância para as marcas

como a volta às salas de cinema revela mudanças profundas no comportamento da geração z e redefine o papel das experiências offline nas estratégias das marcas

entenda como a nova geração toma decisões, por que pesquisa tanto e mesmo assim compra rápido, e o que isso significa para marcas em 2025

as gerações anteriores foram criadas sob a lógica do “algum dia”: algum dia vou comprar a casa, algum dia vou fazer aquela viagem, algum dia vou realizar o sonho grande. mas pra geração z, que cresceu em meio à policrise: pandemia, ansiedade, instabilidade climática e social. o “algum dia” virou incerto demais.

ser visível já não é sinônimo de status. pra geração z, o verdadeiro luxo está em conseguir desaparecer — escolher quando estar presente, quando postar e quando se desconectar.

o tema da redação do enem 2025, “perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, parece distante das conversas do feed. mas, quando olhamos mais de perto, ele revela muito sobre o momento cultural em que a geração z está inserida.

em meio a uma era de hiperexposição, a geração z está fazendo o caminho inverso: sair do centro das atenções virou sinal de maturidade, e o low profile se tornou o novo símbolo de status.

por décadas, a comunicação foi guiada pela ideia de consistência: escolher um estilo, uma tribo, uma identidade e segui-la à risca. rock ou pop. minimalista ou maximalista. corporativo ou criativo. mas a geração z mudou a lógica.

entre 2020 e 2024, a cultura do me mimei dominou as redes sociais e o comportamento de consumo da geração z. em meio à ansiedade coletiva, crises políticas e uma rotina acelerada, comprar virou forma de conforto.

a geração z é multitela, multifoco e multiformato e, ao mesmo tempo, tem uma das menores janelas de atenção da história. estudos recentes mostram que o tempo médio de concentração dessa geração gira em torno de 8 segundos, quatro a menos que os millennials.

a geração z é tratada, com frequência, como um único grupo de jovens conectados, criativos e politizados. mas essa simplificação ignora o que realmente define essa geração: a pluralidade.

pra geração z, participar é o novo pertencimento. em uma era onde tudo acontece em tempo real, ficar de fora é quase sinônimo de desaparecer. o FOMO (fear of missing out), medo de perder algo, deixou de ser um sentimento individual e se tornou comportamento coletivo.

depois de anos vivendo sob o ritmo acelerado das notificações, a geração z começa a redefinir o significado de prazer. o que antes era estar em todos os lugares, agora é saber escolher onde, e com quem, estar. nasce daí o JOMO, sigla para Joy of Missing Out, o prazer de ficar de fora.

a geração z já representa mais de 30% da população mundial e movimenta mais de US$ 450 bilhões em poder de compra global. é a primeira nativa digital, moldada por redes sociais, crises globais e um fluxo constante de informação. mas o que a torna ainda mais relevante é sua capacidade de influenciar comportamentos que ultrapassam fronteiras etárias.

2026 promete ser um ano de convergência entre cultura, autenticidade e tecnologia. enquanto a geração z redefine os códigos de consumo, as marcas precisam entender que relevância não vem apenas da presença digital, mas da capacidade de traduzir o espírito do tempo — o zeitgeist — em ações reais e simbólicas.

a geração z cresceu em frente às telas. é a primeira geração verdadeiramente online — aquela que aprendeu a socializar, consumir, trabalhar e se entreter no mesmo ambiente digital. mas, ironicamente, também é quem mais tem buscado se desconectar.

a geração z nasceu conectada. é a primeira a viver a vida inteira no ritmo das notificações, entre múltiplas telas, timelines e trends. mas, ao mesmo tempo em que domina o digital, também sente seus efeitos: sobrecarga de informação, ansiedade e cansaço mental.

a geração z nasceu num mundo em que a descoberta é social. hoje, não buscamos mais marcas pelo google — e sim por creators, trends e conversas que acontecem no tiktok e no instagram. essa mudança de comportamento redefine o que significa liderar uma categoria.

por muito tempo, o lifestyle foi o conteúdo mais desejado da internet. feeds impecáveis, rotinas perfeitas e viagens de tirar o fôlego se tornaram o padrão do que era “inspirador”. mas, à medida que a geração z ganhou protagonismo, esse tipo de narrativa começou a perder força. o motivo? o aspiracional deixou de parecer alcançável — e passou a soar artificial.

2026 chega com um cenário em que cultura, autenticidade e tecnologia convergem de forma inédita. marcas que vencerem não serão as mais barulhentas, mas as mais relevantes, aquelas que capturam o pulso do agora e transformam isso em narrativa. aqui estão as tendências culturais que vão moldar como marcas se comunicam com a geração z e além:

o público já aprendeu a ignorar o que soa como publicidade. e a geração z, principalmente, não quer ser convencida, quer ser representada. é nesse contexto que a influência nativa, também chamada de UGC (user generated content), se consolida como o futuro do marketing. porque o que é real performa. o conteúdo criado por pessoas comuns, com linguagem natural, aproxima as marcas do público de um jeito que nenhum roteiro conseguiria.

pra geração z, o tiktok não é só uma rede social: é um motor de descoberta. o que antes começava no google, agora começa na aba “for you”. seja pra procurar restaurantes, tendências de moda, tutoriais ou novas marcas, o comportamento mudou. e não é exagero dizer que o tiktok substituiu o google como principal buscador dessa geração.

em 2026, falar com a geração z não é mais sobre tendência, é sobre sobrevivência de marca. o público que cresceu nas redes agora está à frente delas: cria, influencia e decide. e enquanto muitas empresas ainda tentam entender como se conectar com essa geração, outras já descobriram o caminho certo, e ele começa dentro das agências feitas por ela.

tentar se conectar com a geração z sem entender a cultura que a forma é como falar uma língua que você não domina. é o erro mais comum das marcas: traduzem comportamento em estética, mas não em contexto. e o resultado são campanhas que até parecem modernas, mas soam vazias. a geração z é a primeira que nasceu com o digital no centro, mas também é a mais crítica com a superficialidade dele. pra ela, conexão real exige coerência, vulnerabilidade e propósito.

a geração z já movimenta mais de 360 bilhões de dólares por ano no mundo e influencia o comportamento de consumo de todas as faixas etárias. ela é a primeira geração verdadeiramente digital, mas também a que mais busca sentido fora das telas. entender como ela pensa, consome e se relaciona com marcas não é só uma tendência: é a base de quem quer continuar relevante nos próximos anos.

em 2025, o social commerce deixou de ser tendência e se tornou realidade, com o tiktok shop no centro dessa transformação. o que antes envolvia descobrir um produto, buscar o site, comparar opções e só depois comprar, agora acontece em poucos segundos, no mesmo lugar e com um único movimento: o scroll.

durante muito tempo, o discurso em torno da geração z foi marcado por estereótipos simplistas. mas a verdade é que essa geração já não é mais criança — está entrando no mercado de trabalho, adquirindo poder aquisitivo e influenciando ativamente as decisões de compra que moldam o sucesso das marcas.

o que antes parecia hábito exclusivo de personagens adolescentes em filmes dos anos 2000, hoje se transformou em uma prática real, cotidiana e profundamente significativa. o journaling, ou o simples ato de escrever em um diário, passou a ocupar um espaço importante na rotina da geração z, funcionando como ferramenta de organização mental e expressão emocional.

mesmo sendo uma geração 100% digital, grande parte da gen z ainda vive uma rotina presencial — e é no campus universitário que tudo acontece. mais do que salas de aula, esses espaços se tornaram verdadeiros polos culturais, onde nascem tendências, hábitos de consumo são formados e marcas ganham lugar na memória afetiva dos jovens.

o comportamento da geração z nas redes sociais vai muito além das trends. até a forma como essa geração escreve: abreviada, acelerada e quase indecifrável pra quem está de fora. traduz um novo jeito de ocupar o ambiente digital.

em um cenário marcado por ansiedade coletiva, crises sucessivas e metas cada vez mais distantes, a geração z encontrou alívio em um novo hábito de consumo: os little treats. mimos simples, acessíveis e cotidianos, como um café caro no meio da tarde ou uma maquiagem de farmácia com embalagem desejáve, passaram a funcionar como válvulas de escape emocionais.

a geração z cresceu em meio a telas, redes e notificações constantes. somos a primeira geração cronicamente online, mas também a que mais busca se desconectar. no meio desse paradoxo, o analógico se tornou desejo e a nostalgia virou estratégia de sobrevivência emocional.

por muito tempo, a maquiagem foi associada à busca pela perfeição. esconder olheiras, disfarçar manchinhas, alcançar uma pele impecável, esse era o padrão. mas a estética mudou. o visual natural, cansado e imperfeito ganhou espaço e, com ele, surgiu a tired girl makeup, uma tendência que vai muito além do delineador borrado e do blush sutil.

nas redes sociais, um novo comportamento visual tomou conta do feed. é o “gen z stare”, aquele olhar vazio, neutro, aparentemente desinteressado, que virou trend no tiktok e se espalhou como estética da geração z. mas, por trás da pose, existe muito mais do que uma simples escolha de enquadramento.

quem cresceu vendo as promessas infindáveis da tekpix hoje assiste ao renascimento da televenda em um novo formato, mais rápido, divertido e interativo. o live commerce, modelo de vendas ao vivo, transmitido por creators e marcas, tem transformado o varejo em um território de comunidade, entretenimento e desejo compartilhado.

a geração z cresceu no meio digital, mas tem buscado, cada vez mais, experiências que a façam desacelerar e sentir de verdade. nesse cenário, o marketing sensorial se tornou uma ponte poderosa entre marcas e um público que valoriza conexão, presença e propósito.

em um cenário em que tudo parece seguir a mesma fórmula, a geração z escolheu fazer diferente. o número de seguidores, o preço da peça ou o hype de uma collab perdem força quando o produto não comunica identidade. o que realmente importa é a sensação de que aquilo foi feito pra gente.

influência, hoje, não se mede apenas por número de seguidores. para a geração z, o que realmente importa é o tipo de conexão que um creator é capaz de gerar. presença digital virou espaço de troca, identificação e escuta, e não mais uma vitrine de consumo. o novo significado de influência está ligado à construção de comunidade e à participação genuína na conversa.

ainda tem marca tratando todo mundo abaixo dos 40 como "jovem", como se fosse tudo a mesma coisa. mas entre quem lembra do mundo antes das redes sociais, quem viveu o auge do tumblr e quem já nasceu com o tablet na mão, existem camadas, códigos e comportamentos completamente diferentes.

ostentar bens materiais deixou de ser o objetivo. hoje, o que vale mesmo é colecionar momentos únicos, esteticamente compartilháveis e emocionalmente memoráveis. a geração z ressignificou o conceito de luxo, colocando menos valor em logotipos e mais peso em vivências que façam sentido.

quando a noite parece cansativa demais e o excesso vira motivo de fuga, a geração z encontra refúgio no café. as coffee parties surgem como alternativa de rolê mais leve, consciente e alinhado com o estilo de vida wellness que vem ganhando força entre jovens que buscam equilíbrio, estética e conexão.

os perfis das marcas deixaram de ser vitrines institucionais e passaram a ser ocupados por personagens que falam a mesma língua da internet. os mascotes, antes restritos a campanhas tradicionais, voltaram com tudo e caíram no gosto da geração z, agora, com personalidade, humor e muita presença online.

sexta-feira muito louca, o diabo veste prada, jogos vorazes... estamos vivendo o presente ou apenas esperando a nova versão de algum clássico que marcou a infância? o retorno desses filmes pode parecer só mais uma das muitas ondas nostálgicas da geração z, mas revela um comportamento muito mais profundo do que simples revisitas ao passado.

se antes o ideal aspiracional era representado pelo quiet luxury, hoje o verdadeiro privilégio é ter tempo. tempo pra fazer pilates numa terça de manhã, cozinhar com os amigos, maratonar filmes antigos ou simplesmente viver o offline sem pressa. pra geração z, tempo livre virou símbolo de status e sinal de autonomia.

mesmo crescendo em um mundo hiperconectado, a geração z tem mostrado cada vez mais interesse por experiências que acontecem fora da tela. em tempos de excesso digital, viver o agora virou um luxo — e marcas que entendem isso estão criando experiências reais, sensoriais e memoráveis para se conectar de verdade com esse público.

em meio a um cenário de policrises, pandemia, crise climática, instabilidade econômica, conflitos sociais, a geração z encontrou na nostalgia uma forma de respirar. símbolos como labubus pendurados em mochilas, câmeras digitais nos rolês, cordinhas de celular com miçangas e a estética retrô invadiram o dia a dia e os feeds. o que parece só uma tendência de estilo, na verdade, revela um fenômeno emocional profundo: o passado como refúgio afetivo.

criado pela artista hong konguesa kasing lung, o labubu é um dos personagens mais icônicos da pop mart — marca global especializada em art toys colecionáveis vendidos em blind boxes. com visual expressivo, o monstrinho de olhos grandes e orelhas pontudas virou febre entre a geração z: vídeos com ele acumulam milhões de views no tiktok, e no brasil, a revenda de algumas edições chega a ultrapassar os r$ 500 por unidade.

entre rotinas aceleradas, orçamentos conscientes e estéticas multitarefas, a geração z vem redefinindo o que espera de um produto. funcionalidade virou requisito básico, e marcas que entregam praticidade sem perder estilo estão ganhando destaque. esse comportamento tem nome: 3-in-1 economy, uma forma de consumir que une otimização, versatilidade e desejo.

o comportamento de consumo da gen z vai muito além da lógica tradicional de compra e venda. para essa geração, adquirir um produto é também se conectar com uma estética, um valor e um senso de pertencimento. é por isso que os merchs deixaram de ser apenas brindes ou itens promocionais e se tornaram objetos de desejo — inseridos na rotina, no estilo de vida e no conteúdo que essa geração consome e produz.

o digital pode até ser o ponto de partida, mas cada vez mais marcas nativas da internet estão cruzando a fronteira entre o virtual e o real. um dos exemplos mais comentados do momento é o da netflix, que começou a construir espaços físicos imersivos inspirados em seus títulos de maior sucesso, como stranger things e round 6. com milhões de views no tiktok e ingressos esgotados em poucos dias, o projeto já chegou ao brasil e mostra que a aposta no físico tem tudo a ver com o comportamento da geração z.

em plena era dos smartphones de última geração, um dos dispositivos mais icônicos dos anos 2000 voltou a circular entre jovens criativos e trendsetters da geração z. o blackberry, que já foi símbolo de status executivo, agora reaparece como aliado de quem busca... se desconectar.

de item quase extinto a desejo de consumo, as câmeras digitais conquistaram novamente um lugar de destaque, agora pelas mãos da geração z. o que antes era símbolo da era pré-smartphone voltou a circular em redes sociais, brechós e registros dos rolês mais cool do momento. mas essa tendência vai além da estética. ela diz muito sobre como a gen z consome, sente e se expressa.

em um cenário em que a inteligência artificial avança em velocidade recorde, a geração z tem respondido de forma quase instintiva: valorizando cada vez mais o que é feito por pessoas. enquanto algoritmos se tornam mais sofisticados, essa geração se volta para o que é palpável, imperfeito e emocional. de marcas com rosto até conteúdos lo-fi e experiências reais, o que é humano virou essencial.

esse movimento não é contradição. é comportamento.

há quem ainda associe o “cringe” ao fracasso. mas, para a geração z, o que é estranho, exagerado ou fora do padrão pode ser exatamente o que torna uma marca irresistível. enquanto outras gerações buscaram o polido, o perfeito e o aspiracional, a gen z cresceu no meio da saturação estética e do marketing ensaiado e, por isso mesmo, rejeita tudo isso.

em um mundo cada vez mais instável, o autocuidado se tornou muito mais do que uma prática individual. virou estratégia de sobrevivência pra geração z. em meio à era da policrise, o bem-estar passou a ser uma ferramenta essencial pra manter a saúde mental, emocional e física em dia.

o comportamento de consumo da gen z não está apenas mudando, ele está redefinindo as regras do jogo.

entender a geração z exige mais do que dados demográficos. é preciso considerar cultura, território e contexto.

o hype dos charms nada convencionais revela como a gen z usa a estética (e o afeto) pra expressar quem é.

pra gen z, tudo pode ser estilo, inclusive aquilo que era tabu. e marcas que entendem isso, transformam o ordinário em objeto de desejo.

em um presente caótico e acelerado, o passado virou refúgio e também oportunidade de conexão entre marcas e consumidores.

em um mundo acelerado pelo digital, se desconectar virou um privilégio. criar memórias no mundo real virou um diferencial estratégico para marcas.

num cenário saturado pelo digital, marcas que ativam os sentidos se tornam mais memoráveis e mais relevantes pra geração z.

em meio ao caos digital e à rotina acelerada, a geração z transforma o cansaço em estética, e o autocuidado em consumo com propósito.

na geração z, o consumo deixou de ser só sobre adquirir, virou uma forma de se expressar e criar identidade.

a geração z está redefinindo o que significa ser premium. esqueça status pelo preço: agora o luxo é afetivo, cultural e construído com significado.

menos exposição, mais presença: a geração z está buscando conexão real e experiências sensoriais fora da tela. entenda como sua marca pode acompanhar esse movimento.

crochê, vinil e jogos de tabuleiro: por que a gen z está resgatando hobbies analógicos como uma forma de desacelerar e se expressar?

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