
31 de out. de 2025
por Rafaela Varella, Diretora criativa da HAPU
a geração z é tratada, com frequência, como um único grupo de jovens conectados, criativos e politizados. mas essa simplificação ignora o que realmente define essa geração: a pluralidade.
apesar de compartilhar o mesmo tempo histórico, a gen z é formada por contextos completamente diferentes: econômicos, sociais e culturais. entender essa diversidade é o primeiro passo pra se comunicar com ela de verdade.
o que une e o que diferencia
a geração z nasceu conectada, mas não de forma igual. enquanto jovens do norte global cresceram com acesso à internet rápida, poder de compra e representatividade digital, no brasil e em outros países da américa latina o cenário é outro. por aqui, a internet é mais criativa do que tecnológica, e o improviso é um ativo cultural.
essa diferença molda tudo: estética, comportamento, humor e até a forma de consumir. o mesmo “trend” pode ter significados distintos dependendo da realidade em que é vivido.
o olhar global nem sempre entende o local
marcas que se comunicam com a gen z a partir de uma visão globalizada correm o risco de falar com uma geração que não existe. o que viraliza no tiktok em londres não necessariamente gera identificação em são paulo, recife ou salvador.
por isso, as marcas mais relevantes são as que têm escuta ativa e repertório cultural, entendendo como linguagem, classe social e território influenciam o comportamento. a gen z brasileira, por exemplo, é marcada por expressões de criatividade que nascem da escassez, da mistura e da vivência coletiva.
autenticidade com contexto
não basta ser autêntico, é preciso ser autêntico com contexto. a geração z valoriza marcas que reconhecem sua diversidade interna, entendem seus códigos e falam com verdade. isso significa sair dos estereótipos de “jovem descolado” e enxergar as nuances que formam essa geração: das periferias às capitais, das telas às ruas, dos memes às mobilizações sociais.
a oportunidade das marcas
pra se conectar com a gen z, é preciso ir além das tendências. é sobre entender quem são essas pessoas, onde estão e o que move cada grupo dentro da mesma geração.
as marcas que fazem isso não falam pra uma massa homogênea, criam pontes culturais. traduzem suas mensagens em diferentes tons, sotaques e estéticas, porque sabem que o poder da gen z está justamente na diversidade que ela carrega.
na hapu, acreditamos que entender a geração z é mais do que estudar comportamento, é escutar histórias, realidades e contextos. é criar com a geração, e não apenas pra ela.



