
24 de out. de 2025
por Rafaela Varella, Diretora criativa da HAPU
a geração z cresceu em frente às telas. é a primeira geração verdadeiramente online — aquela que aprendeu a socializar, consumir, trabalhar e se entreter no mesmo ambiente digital. mas, ironicamente, também é quem mais tem buscado se desconectar.
em meio a um cenário de hiperconexão e excesso de informação, o detox digital se tornou uma forma de autocuidado e de reconexão com o real. e esse comportamento representa mais do que uma tendência: é um novo código cultural.
1 - o paradoxo da geração hiperconectada
segundo a deloitte, 38% dos jovens entre 18 e 40 anos afirmam ter dificuldade em limitar o tempo de tela. entre notificações, trends e estímulos constantes, a exaustão digital se tornou parte da rotina.mas, em resposta a isso, cresce o desejo por experiências que ofereçam presença, pausa e propósito — uma espécie de “contracultura do cansaço”.
ouvir um álbum inteiro, escrever à mão, correr ao ar livre ou pintar num fim de semana são formas simples que traduzem o que a geração z mais tem buscado: reconectar com o que é tátil, humano e real.
2 - nostalgia e o retorno ao analógico
movido por um sentimento de nostalgia, o retorno ao analógico é consequência direta desse novo comportamento. o que antes era símbolo de passado — câmeras de filme, cadernos, livros físicos — agora representa equilíbrio.essas escolhas comunicam algo além de estética: revelam o desejo por viver tempos mais simples, por se desconectar para reconectar.
atividades como journaling, corrida, jardinagem e hobbies criativos ganham espaço como expressões contemporâneas de bem-estar. são rituais que tiram o protagonismo do digital e devolvem ao corpo a experiência do agora.
3 - o impacto para as marcas
em tempos de hiperconexão, viver o presente virou símbolo de status. marcas que entendem essa lógica têm criado espaços de pausa com propósito: experiências físicas, imersivas e sensoriais que se tornam extensões do mundo digital.
ações offline geram conteúdo autêntico, espontâneo e emocional — exatamente o tipo de narrativa que a geração z quer consumir (e compartilhar). o segredo está em unir o melhor dos dois mundos: a vivência real e a reverberação digital.
4 - desconectar também é pertencimento
o detox digital não é sobre rejeitar a tecnologia, mas sobre redefinir o equilíbrio. pra geração z, estar offline por algumas horas é tão aspiracional quanto um novo gadget. e as marcas que entendem esse comportamento criam não apenas campanhas, mas comunidades que valorizam o tempo, o cuidado e a presença.
na hapu, acreditamos que o futuro das marcas passa por criar experiências que façam sentido dentro e fora das telas. transformamos comportamentos como o detox digital em estratégia — traduzindo pausas culturais em novas formas de conexão entre marcas e pessoas.



