
24 de nov. de 2025
por Rafaela Varella, Diretora criativa da HAPU
como a volta às salas de cinema revela mudanças profundas no comportamento da geração z e redefine o papel das experiências offline nas estratégias das marcas
por muito tempo, o mercado do entretenimento acreditou que o streaming substituiria o cinema. a praticidade de assistir tudo de casa, o catálogo infinito e a cultura do conteúdo sob demanda pareciam sinais de que a tela grande estava perdendo sentido. só que a geração z mostrou o contrário: ela voltou para o cinema. e essa volta não é aleatória nem nostálgica. é uma resposta clara às tensões da vida hiperconectada, ao desejo por experiências reais e à necessidade de encontrar espaços de presença em meio ao excesso de estímulos digitais.
imersão como antídoto à hiperconexão
a geração z cresceu em um ambiente saturado por telas, notificações e multitarefas. essa rotina criou um tipo de cansaço que não desaparece com descanso superficial. por isso, o cinema se tornou um dos poucos lugares onde os jovens conseguem viver uma experiência integral. a sala escura, a tela gigante, o som envolvente e a suspensão momentânea da realidade criam uma atmosfera que protege a atenção. no cinema, a mente descansa porque, pela primeira vez no dia, não precisa se dividir entre inúmeras janelas. é um tipo de imersão que nenhuma plataforma digital consegue replicar com a mesma intensidade.
um ritual social que recupera o valor do encontro
além da imersão, o cinema voltou porque entrega algo que a geração z sente falta: convivência presencial. depois de anos marcados pela pandemia e pela digitalização extrema das relações, os encontros espontâneos diminuíram. nesse cenário, o cinema vira desculpa, ponto de encontro e ponto de partida. é o filme, mas também é o jantar depois, o papo no caminho e a experiência coletiva de rir, vibrar ou chorar junto. esse ritual ganha mais valor porque cria pertencimento, reforça vínculos e devolve a sensação de comunidade que se perdeu na hiperconexão. para uma geração que busca autenticidade, estar fisicamente presente é quase um luxo.
nostalgia como linguagem emocional
a volta ao cinema está diretamente ligada ao que move grande parte do consumo jovem: a nostalgia. lançamentos como barbie, oppenheimer e deadpool & wolverine não são apenas filmes. são marcos culturais que ativam memórias, estéticas, personagens e símbolos afetivos que atravessam gerações. a nostalgia oferece conforto em tempos de incerteza e funciona como ponte emocional entre passado e presente. e dentro da sala de cinema, essa sensação fica ainda mais forte. o ambiente amplifica a memória emocional, transformando cada sessão em um acontecimento compartilhado. isso cria identificação imediata e explica por que tantos jovens lotam salas para viver um “momento”.
o retorno do físico em uma era saturada pelo digital
o movimento do cinema se conecta a uma tendência maior: o resgate do offline. a geração z está trazendo de volta câmeras analógicas, diários físicos, vinis, jogos de tabuleiro e uma série de atividades que entregam textura, presença e tangibilidade. o cinema se encaixa perfeitamente nesse repertório porque é uma experiência física completa. entrega sensação, entrega atmosfera e entrega memória. num mundo em que tudo cabe em uma tela de celular, viver algo que existe fora dela se torna um ato de resistência cultural. para a geração z, o físico não é só um formato; é uma resposta emocional ao excesso de vida digital.
o que esse comportamento ensina às marcas
se a geração z está voltando ao cinema porque busca experiências que criam memória, conexão e significado, as marcas precisam acompanhar essa mudança. não é suficiente aparecer no feed. é preciso criar momentos que valem a pena viver. ativações culturais, experiências sensoriais, eventos presenciais e narrativas que vão além do visual são caminhos para dialogar com jovens de forma relevante. o futuro da comunicação não está apenas no digital, mas na união entre conteúdo e experiência real. marcas que conseguem criar encontros, rituais e vivências constroem afeto e pertencimento. e isso é muito maior que alcance.
HAPU: estratégias culturais para marcas que querem conversar com a geração z
aqui na HAPU, somos especialistas em marketing geracional e em traduzir comportamento jovem em estratégia. conectamos marcas à geração z através de experiências, conteúdo nativo, branding cultural e presença real. se a sua marca quer construir relevância hoje enquanto prepara o futuro, vem conversar com a gente.



