
24 de out. de 2025
por Rafaela Varella, Diretora criativa da HAPU
2026 promete ser um ano de convergência entre cultura, autenticidade e tecnologia. enquanto a geração z redefine os códigos de consumo, as marcas precisam entender que relevância não vem apenas da presença digital, mas da capacidade de traduzir o espírito do tempo — o zeitgeist — em ações reais e simbólicas.
a cultura, que antes era vista como um território de tendências passageiras, hoje funciona como um ecossistema vivo, onde nichos, comunidades e creators moldam comportamentos de forma orgânica e descentralizada. pra se manter relevante, é preciso participar, cocriar e pertencer.
1 - cultura como ecossistema
a cultura de nicho deixou de ser periférica e se tornou o novo centro da inovação. as microcomunidades — sejam elas de moda alternativa, estética digital ou fandoms — são hoje os espaços onde a cultura nasce.marcas que conseguem entregar presença nesses ecossistemas, participando ativamente das conversas e colaborando com quem cria de dentro pra fora, ganham legitimidade.
isso exige uma postura fluida: mais colaborações, cocriações e parcerias que não falem sobre cultura, mas que sejam parte dela.
2 - estética do real imperfeito
na era do filtro exacerbado, o que ganha força é o que parece real. a estética polida demais soa artificial, e o público — especialmente a gen z — busca autenticidade até no visual.
o estilo lo-fi, o glitch, o caseiro e o handmade voltaram com força, representando o toque humano dentro do digital. movimentos como o tired girl makeup e conteúdos que mostram bastidores, erros e rascunhos são exemplos disso.aceitar a imperfeição proposital é o novo caminho para construir identificação. marcas que abraçam esse visual constroem proximidade e credibilidade.
3 - narrativas colaborativas e cultura participativa
o público não quer só consumir histórias — quer fazer parte delas. o crescimento do UGC (user generated content), da coautoria e dos projetos colaborativos entre marcas e creators mostra que o poder está nas mãos da comunidade.
em 2026, as marcas que abrirem espaço para o público participar da narrativa — criando, comentando e transformando — terão relevância contínua. a cultura participativa exige escuta, flexibilidade e vontade real de dividir protagonismo.
4 - presença cultural em microespaços digitais
não basta estar no tiktok ou no instagram. as conversas culturais acontecem também em lugares menores e mais específicos: servidores do discord, fóruns, plataformas de nicho e comunidades fechadas.
essa presença invisível pro grande público é justamente o que torna a marca relevante pra quem define cultura de dentro pra fora. os microespaços são o novo palco da influência.
5 - transformar tendência em narrativa
em 2026, marcas que se destacarem serão aquelas que conseguirem transformar tendência em narrativa — e narrativa em pertencimento. cultura, estética e comportamento vão se entrelaçar como nunca, e quem entender essa convergência vai ditar o próximo capítulo da comunicação.
na hapu, traduzimos códigos culturais em estratégia — ajudando marcas a entender, participar e moldar o que vem depois.



